Para Mariana Mendes da Silva, de 15 anos, os preparativos para o 7 de setembro começam bem antes da data comemorativa. Estudante do 1º ano do ensino médio e integrante da fanfarra do Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CTPM) de Uberlândia, a jovem tem uma rotina intensa, dividida entre estudos, vida social e os ensaios da fanfarra.
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Participando do desfile cívico desde os 6 anos, Mariana diz estar acostumada com a rotina de ensaios com a banda durante o ano.
Os ensaios da fanfarra, que acontecem todos os sábados no 17º Batalhão da Polícia Militar, são uma peça central na vida de Mariana. “Durante os ensaios, eu foco 100% no que estou fazendo. Isso me ajuda a manter o controle sobre minhas outras atividades durante a semana”, explica.
A jovem precisa abdicar de alguns momentos de lazer para conciliar a rotina de estudos com a fanfarra, mas, para ela, vale a pena. “Às vezes, é meio bagunçado, mas com jeitinho, a gente dá conta”, conta, com o sorriso de quem encontrou um equilíbrio entre os compromissos escolares e a paixão pela música e pelo desfile.
Nos sábados dedicados aos ensaios para o desfile, Mariana toca o tarol, um instrumento de percussão que exige concentração e ritmo.
No começo do ano, os ensaios são mais voltados para os novatos, que precisam aprender as cadências e “batidas”. Já na reta final, o grupo todo começa a ensaiar nas ruas, simulando o que será o grande dia do desfile.
“No dia do desfile, a gente sente uma adrenalina de felicidade. É muito especial porque passamos o ano todo esperando por esse momento”, relata Mariana, ansiosa pelo evento.
História da jovem com o Desfile de 7 de setembro
Desde sua primeira participação, aos 6 anos, muita coisa mudou. Mariana lembra que ficou extremamente nervosa ao desfilar na frente de tantas pessoas.
“Era algo completamente fora do meu cotidiano. Estava superanimada, mas ao mesmo tempo com medo de errar”, recorda. Seu retorno ao desfile, em 2019, aconteceu de forma ainda mais significativa: ela entrou para a fanfarra, inspirada por seu irmão, que também fazia parte do grupo. Desde então, o desfile do 7 de setembro não é apenas uma tradição familiar, mas um evento que representa honra e orgulho para ela.
Entre os momentos mais marcantes, Mariana destaca dois. O primeiro foi durante seu primeiro desfile, quando o sapato dela saiu do pé após ser pisado por outra criança. “Passei boa parte do desfile tentando colocar o sapato de volta enquanto marchava”, relembra com bom humor.
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O segundo foi no ano passado, quando seu irmão, uma das grandes influências em sua trajetória na fanfarra, desfilou pela última vez como aluno. “Foi um momento muito emocionante. Sabíamos que aquele era o último desfile dele e também o meu último no ensino fundamental”, compartilha.
Para Mariana, o desfile cívico tem um significado muito maior do que o simples ato de marchar. “Hoje, consigo entender o propósito por trás do desfile. Me sinto honrada de poder carregar o nome de um momento tão importante na história do nosso país”, diz com orgulho.
Ela acredita que essa experiência ensina valores como disciplina e responsabilidade, além de promover a união entre os jovens. “Somos o futuro, e participar de algo tão significativo desde cedo nos faz enxergar a importância de construirmos um país melhor”, completa.
O que é o 7 de setembro
O 7 de setembro de 1822 é um marco na história do Brasil, pois foi nesse dia que o país proclamou sua independência de Portugal, sob a liderança de D. Pedro I. O famoso “Grito do Ipiranga”, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, selou a ruptura definitiva com a metrópole, com a famosa frase “Independência ou Morte!”.
Esse momento emblemático não apenas estabeleceu o Brasil como uma nação soberana, mas deu início a um longo processo de construção de uma identidade nacional que moldaria o país ao longo dos séculos.
A independência brasileira não foi um evento isolado, mas sim o resultado de pressões internas e externas. Portugal, enfraquecido pelas guerras napoleônicas e pelas perdas de suas colônias, já não exercia o mesmo controle sobre o Brasil.
Ao mesmo tempo, a elite agrária e comercial brasileira, formada por grandes proprietários de terras e comerciantes, ansiava por maior autonomia política e econômica.
A presença de D. Pedro no Brasil como príncipe regente foi um catalisador importante para o movimento independentista, já que ele se alinhava aos interesses locais e desafiava a autoridade portuguesa. Assim, o 7 de setembro consolidou um desejo de soberania que vinha crescendo nas províncias brasileiras.
O 7 de setembro passou a representar, ao longo dos anos, não apenas um dia de celebração, mas um símbolo da construção da nação brasileira. A partir desse momento, o Brasil começou a trilhar seu caminho como um país independente, enfrentando desafios políticos, sociais e econômicos que moldariam sua identidade.