As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
Mais uma vez, mais um ano, em que o período de estiagem de inverno traz consigo consequências quase que irreversíveis com a alta incidência de queimadas e incêndios florestais.
Uberlândia vive um verdadeiro cenário de guerra com vegetações ardendo há dias. Setembro mal começou e já somos a cidade que lidera o ranking estadual de focos de incêndios no mês.
O Parque Estadual do Pau Furado, uma das maiores unidades de conservação estaduais do país, depois de sete anos, voltou a enfrentar o seu pior algoz: o fogo. São três dias de chamas devastando a biodiversidade do cerrado, que se abrigava na reserva ambiental.
A mobilização das forças de segurança e órgãos de proteção não foi o suficiente. Dezenas de militares estão no local, junto a servidores e brigadistas voluntários.
Para agravar mais ainda nossas condições, o Corpo de Bombeiros precisa escolher qual foco de incêndio combater porque não há efetivo suficiente para abraçar todas as ocorrências simultaneamente na cidade. É grave! É muito grave!
O Parque precisou convocar a sociedade com brigadistas voluntários para tentar frear o rastro de destruição. Eu me lembro muito bem, quando em 2017, fiz a cobertura do incêndio mais trágico da história da reserva, que necessitou do apoio do Exército.
O momento retrocede para o mesmo ponto e, lamentavelmente, vão ser longos anos de recuperação da área devastada.
E não é só a nossa grande área de proteção ambiental queimando. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nestes primeiros seis dias de setembro, Minas Gerais registra 29.257 focos de incêndio. É o quinto estado com o maior número de ocorrências, à frente de Rondônia, Maranhão e São Paulo.
No estado, Uberlândia lidera o ranking com mais de 1 mil incêndios. Do dia 1º de setembro até a manhã desta sexta (6), o mapa de queimadas registra 1.212 focos na cidade.
Ranking | Município | Focos de Incêndio |
---|---|---|
1º | Uberlândia | 1.212 |
2º | Carmo do Rio Claro | 1.058 |
3º | Delfinópolis | 732 |
4º | João Pinheiro | 732 |
5º | Francisco Dumont | 721 |
6º | Uberaba | 623 |
7º | Araguari | 568 |
8º | Ibiraci | 512 |
9º | Mariana | 460 |
10º | Barão de Cocais | 386 |
Essas estatísticas precisam preocupar. Afinal, não temos possibilidade de chuva expressiva, segundo a meteorologia, antes da primavera começar. Também não temos políticas públicas efetivas de contenção dessa crise climática.
Respirar em meio a tanta fumaça e fuligem tem sido muito prejudicial. A umidade abaixo de 10%, pior do que em desertos, nos alarma ainda mais.
A situação das queimadas associada à crise ambiental evidencia a fragilidade das nossas estruturas de combate a incêndios, além de expor a necessidade urgente de políticas públicas que saiam dos programas de governo dos candidatos e passem a ser uma prioridade EMERGENCIAL.
A Prefeitura de Uberlândia enviou um comunicado à imprensa informando que acompanha e atua em todas as ocorrências, mobilizando diversas frentes para auxiliar nos trabalhos. O Instituto Estadual de Florestas (IEF), Corpo de Bombeiros e PM de Meio Ambiente também estão empenhados.
Também segue vigente a ordem para que, em caso de necessidade, as unidades de saúde aumentem as escalas de profissionais em atendimento à população.
Por fim, informou que os trabalhos de fiscalização administrativa contra incêndios ficam a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e, na zona rural, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Agora, em caso de flagrante e autuação criminal, a polícia ambiental deve ser acionada pelo 190.