Temas essenciais do mundo atual intercalados com posições humanistas a respeito de comunicação, economia, vida, política e sociedade
Temas essenciais do mundo atual intercalados com posições humanistas a respeito de comunicação, economia, vida, política e sociedade
Meu pai era comerciante na minha cidade, lá no sul da Bahia, nas décadas de 1970 e 1980. Além de cuidar das lojinhas que consertavam aparelhos eletrônicos da época, era presidente do CDL, o Clube de Dirigentes Lojistas. Naquela época se chamava assim mesmo, Clube. Por causa das duas atividades, carregava talões de cheques sempre consigo. Almoçava no restaurante, passava um cheque. Pagava os funcionários com cheques. As compras no supermercado, as viagens, os lanchinhos. Cheque, cheque, cheque.
E quando eu e minha irmã pedíamos algo e ele dava a desculpa do tipo “Hoje eu tô sem dinheiro”, a gente dizia “Faz um cheque”. Esse imaginário infantil é passível de perdão porque realmente a gente acreditava que dinheiro nascia em árvore. Desculpas aceitas. O que não dá é escutar isso de gente que quer gerir nossas cidades.
Essa temporada louca de propaganda política Brasil afora é época de ouvir groselhas de todos os tipos e tamanhos. Candidatos que não sabem cuidar do próprio orçamento doméstico e fazem compromissos com coisas absurdas e completamente improváveis.
Vou dar só alguns exemplos de promessas sem argumentos consistentes de caixa:
O duro é ter certeza que 100 dias após a posse, depois que acaba a lua de mel dos eleitos com os eleitores, na primeira oportunidade, o danado do prefeito vai dizer que “na verdade, não é bem assim, o cobertor é curto, tem que ter responsabilidade com o dinheiro público, que o importante é manter a cidade limpa, os salários em dia, parará, pororó”.
Pai, faz um cheque. E tá tudo resolvido.
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