Um líder espiritual de Patos de Minas, de 33 anos, foi preso acusado de estuprar e obrigar as vítimas a consumir sangue para uma espécie de purificação.
O caso vinha sendo investigado desde março pela Polícia Civil e o homem foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) nove vezes por estupro mediante fraude, além do crime de ameaça.
A delegada de polícia à frente das investigações, Tatiana Carvalho Paiva, convocou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (30) para detalhar o caso.
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Vítimas eram forçadas a consumir sangue
Segundo a delegada, os crimes eram cometidos em cultos privados com menor número de pessoas e todas elas do sexo feminino.
“Ele praticava atos libidinosos contra as vítimas. Passava óleo e mel no corpo delas. Com o tempo, essas vítimas eram coagidas espiritualmente a praticar relações sexuais naquele ambiente restrito”, disse.
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Os métodos utilizados pelo suposto pai de santo, como ele próprio se intitulava, incluíam ainda juramento com uso de uma agulha única, além de coagir as vítimas a consumir sangue menstrual. A alegação, segundo Tatiana, era de que essas mulheres alcançariam elevação espiritual e seriam purificadas se bebessem o sangue misturado a vinho.
As vítimas foram orientadas pela Polícia Civil a procurarem auxílio médico e fazerem exames devido ao risco de contaminação com uso compartilhado de agulhas e à ingestão de sangue menstrual, que também pode ser nociva à saúde humana.
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Religião própria
Embora os crimes fossem cometidos em um terreiro de religião de matriz africana, a Polícia Civil apurou que os métodos utilizados pelo líder espiritual, como forçar as vítimas a consumir sangue, não eram típicos da religião que ele julgava pertencer.
“A gente percebeu com estudo e investigação, junto a pessoas especializadas no tema, que esses atos praticados não eram de religiões africanas. Na verdade, ele criou uma religião própria onde havia desrespeito e abuso sexual das vítimas”, disse a delegada.
Familiares dele também foram indiciados pelo crime de ameaça por coagir as vítimas quanto à saída delas do terreiro.