Morar em Uberlândia é falar com orgulho sobre cada sinal de progresso e, ao mesmo tempo, desejar que a cidade nunca perca o jeitinho de interior.
Ao longo dos seus 136 anos de emancipação, Uberlândia evoluiu em todos os sentidos. Expandiu em área, se destacou em diversos setores e se tornou uma cidade que acolhe e oferece oportunidades.
Enquanto os diversos prédios em construção dão o tom de que o futuro é ainda mais promissor, as ruas estreitas e arquitetura antiga de imóveis do Fundinho nos remetem à trajetória percorrida por muitos para que Uberlândia chegasse até aqui.
A segunda maior cidade de Minas Gerais hoje, já foi subordinada à vizinha Uberaba no passado. A economia forte e diversificada tem sua base em um comércio de rua que ganhou força com a chegada da estrada de ferro que ligaria Uberlândia a outros lugares do País.
De acordo com Aída Cruz, historiadora, as oportunidades oferecidas pela terra fértil só foram possíveis porque, lá atrás, os moradores sonharam e trabalharam pelo progresso. “Existem documentos e estudos que demonstram que os políticos, moradores e todos que aqui viviam sempre correram atrás de ações para viabilizar esse crescimento. Sempre colocando infraestrutura de transporte, ligação para outros estados, recursos para desenvolvimento e implementação de recursos e serviços que viabilizassem este progresso”.
O Sertão da Farinha Podre
Antes de ser moradia de mais de meio milhão de habitantes, Uberlândia era uma terra de poucos que muito fizeram. Era início do século XIX, aproximadamente em 1818, quando os tropeiros, aqueles que conduziam tropas de cavalos transportando alimentos e especiarias, pararam na região e a batizaram de “Sertão da Farinha Podre”.
Aos poucos, novas famílias foram chegando e, em torno de uma capela, uma comunidade começou a se formar. A vida religiosa moldava o cotidiano dos moradores e até inspirou o nome do Arraial para “São Pedro de Uberabinha”, em 1852, quando o povoado era subordinado ao município de Uberaba.
As ruas estreitas e tortuosas que se desenharam ao redor da capela formaram o que conhecemos como a região central de Uberlândia. Em 1888, o Arraial foi emancipado e tornou-se o município Uberabinha. Aos poucos, ele foi crescendo e essa transformação, em 1895, foi motivada, principalmente, pela chegada da estrada de ferro Mogiana e da criação da Estação da Mogiana, onde hoje é o Terminal Central.
Uberabinha passou a ser ponto de referência comercial na região, sendo considerado um local estratégico para espalhar artigos locais ou vindos de outros lugares.
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Uberlândia, uma Terra Fértil
O nome de Uberlândia foi uma sugestão de João de Deus Faria, um intelectual que participava de rodas de discussões políticas em uma antiga livraria da cidade. O desejo de João de Deus era que o município se expandisse, se tornasse inspiração de progresso, por isso sugeriu a palavra que significa “Terra Fértil”.
A outra opção de nome era Maravilha, mas ela foi facilmente derrotada durante o plebiscito que consagrou o nome da cidade como Uberlândia, em 1929.
Hoje, talvez, seja seguro dizer que o nome foi mais uma profecia que uma sugestão. Com 713.224 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2022, Uberlândia se consagra como a segunda maior cidade de Minas Gerais. “Não é qualquer município que, durante sua história, obtém prêmios e índices importantes e relevantes nos setores econômico, tecnológicos e de saúde como Uberlândia tem obtido. São índices que demonstram boa capacidade econômica, boa capacidade de gestão, boa capacidade de saúde e centros tecnológicos”, detalha Aída.
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A terra se tornou fértil mesmo, em diversos segmentos: economia, cultura, educação e entretenimento. Se consagrou como uma cidade moderna, com boas oportunidades de negócios, capacidade de crescimento sustentável e com forte poder para o agronegócio.
O que esperar para o futuro?
Considerada a capital do Triângulo Mineiro, a cidade que completa 136 anos de emancipação no próximo dia 31 recebe milhares de pessoas de outras cidades que buscam aqui a estrutura necessária para atendimentos de saúde, estudo universitário ou espaço para crescer profissionalmente.
Para Aída Cruz, Uberlândia ainda é uma adolescente com enorme potencial para continuar crescendo e se destacando. A historiadora pontua, porém, que o desenvolvimento tem que acontecer com planejamento e, principalmente, cuidado com quem escolhe a cidade como lar. “Que ela se torne cada dia mais progressista, uma cidade boa para se morar, com crescimento cada vez maior, que seja no PIB, que seja nos índices de desenvolvimento econômico e saúde. Mas que seja uma cidade que olhe por si, que cuide do que esse desenvolvimento e esse progresso trazem. Uma cidade que acolhe a todos, mas que trabalhe para o seu melhor. Olhar para si e ver a todos na população”, finaliza.