Em um avanço significativo para o agronegócio, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) em Uberaba está testando uma nova tecnologia que prometem transformar a maneira como os fertilizantes são utilizados. O projeto, que utiliza nanotecnologia para desenvolver fertilizantes de alta performance, busca não apenas aumentar a qualidade das plantas, mas também reduzir a necessidade de agroquímicos.
O segredo está nas nanopartículas, que são partículas extremamente pequenas, impossíveis de serem vistas a olho nu, e que têm demonstrado uma eficácia superior em comparação aos fertilizantes convencionais.
“Estamos desenvolvendo fertilizantes com partículas em escala nanométrica que permitem uma maior absorção dos nutrientes pelas plantas,” explicou o pesquisador Hamilton Charlo. “Esse método de liberação gradual reduz a necessidade de aplicações frequentes, tornando o processo mais eficiente e sustentável.”
Assim como nós precisamos de uma dieta balanceada para nossa saúde, as plantas necessitam de nutrientes específicos para crescer saudáveis. Os fertilizantes nanoparticulados funcionam como chefs especializados, fornecendo nutrientes de forma mais controlada e eficiente.
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Além de melhorar a absorção dos nutrientes, os fertilizantes nanoparticulados permitem uma aplicação mais econômica. “Com menos aplicações e uma maior eficácia, os produtores têm a oportunidade de aumentar sua lucratividade,” destacou Hamilton. “Estamos aguardando a conclusão das avaliações agronômicas e a regulamentação das patentes, com a expectativa de que esses produtos estejam disponíveis no mercado em cerca de um ano e meio.”
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O estudante de agronomia e produtor rural Guilherme Dagrava, que participa do projeto de nanotecnologia, vê um grande potencial. “Como produtor, o conhecimento e a aplicação de um produto tecnológico e inovador podem fazer uma grande diferença. Espero usar esses fertilizantes em minha própria produção no futuro,” comentou Guilherme.
A nanotecnologia não só promete uma melhoria na qualidade das plantas, mas também um avanço em direção à autonomia na produção de fertilizantes no Brasil. “Nosso país depende fortemente da importação de fertilizantes. Desenvolver soluções aqui oferece uma maior autonomia e eficiência,” acrescentou Hamilton.
Enquanto a pesquisa avança para sua fase final, com formulações quase prontas para o mercado, a equipe continua a aprimorar os processos. “Estamos em um estágio crucial, onde a formulação, dosagem e avaliação química dos produtos são essenciais para garantir a eficácia final,” concluiu Gislaine Fernandes, outra pesquisadora envolvida no projeto.
Essa nanotecnologia representa um passo importante para um agronegócio mais sustentável e eficiente, com o potencial de transformar o campo e reduzir a dependência de agroquímicos no Brasil.