Você sabia que esconder seus sentimentos pode adoecer?

Psicóloga fala sobre a conexão entre sentimentos reprimidos x problemas de saúde e ensina como lidar com as emoções

14/08/2024 ÀS 15H54

- Atualizado Há 1 mês atrás

Quero começar nossa conversa fazendo duas perguntas: você diz o que sente? Consegue expressar seus sentimentos?

Se a resposta foi um baita ‘não’ ou ficou no “talvez”, seja bem-vindo à grande maioria!

Esse é um comportamento dos tempos atuais porque inibe a nossa liberdade de expressar as emoções. Elas ficam escondidas, abafadas e quanto mais acumulamos, menos respiramos e mais ansiosos estamos.

Não ‘falar’ traz essa ansiedade, muitas vezes, inexplicável mas que tem o motivo na condição de deixar para lá e em vez de demonstrar tiramos da nossa caixinha as tão conhecidas frases:
– Não foi nada não.
– Está tudo bem.

Não, não está nada bem. Vamos ser realistas, admitir e entender que há uma rota muito melhor.

Emoções reprimidas são a bomba-relógio para sua saúde
Emoções reprimidas são a bomba-relógio para sua saúde! Psicóloga revela os perigos de “engolir sapos” – Crédito: Freepik

Dizer o que sente é fundamental! Caso contrário a porta fica escancarada e entram problemas emocionais e até físicos. Quer ver só?

Segundo a psicóloga, Cláudia soares, o hábito de trancar a boca e engolir os desaforos, as chateações, evitar resolver os problemas leva a dores de cabeça, no estômago e sensações como a tristeza, a autoestima em queda livre. É prejuízo na certa.

Cláudia nos mostra que para dizer o que sente há três formas. Para começar é preciso assertividade. Mas afinal o que é isso?

É você ser objetivo, direto e não ser hostil. A não assertiva é aquela na qual saímos pela tangente e abrimos mão de nos manifestar. E a outra é o a agressividade como brigar, xingar e até machucar.

Ela  cita um exemplo: vamos supor que você esteja num restaurante e pede uma carne ao ponto. Quando o garçom vem com o prato, no momento em que você percebe que não veio como havia pedido, como você reagiria? Tem gente que come e não volta mais. Outras pessoas podem ser grossas e maltratar o profissional, nunca mais voltar ao restaurante e até mesmo fazer a propaganda negativa. São tantas situações, pode prestar atenção.

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Mas como podemos mudar essa realidade e começar a expressar nossos sentimentos de forma mais assertiva? Bom, a psicóloga traça os caminhos.

No lugar do “Está tudo bem” e do “Não foi nada”, diga:

  • “Estou muito chateado com você, é melhor não conversarmos agora”;
  • “Preciso de um tempo para me acalmar e colocar minhas ideias em ordem”;
  • “Não estou conseguindo me expressar agora, me dê um tempinho, por favor”.
O tempo é sempre um aliado. É como respirar, organizar os pensamentos e ter à mente os argumentos, as palavras preparadas. É resgatar o afeto e deixar de lado a raiva ou o silêncio dolorido.
Por isso, a outra sugestão de frase é: “Eu te amo, mas fiquei muito magoada com sua atitude. É melhor conversarmos depois.” A assertividade se baseia não só no conteúdo, mas na hora certa, reforça a psicóloga Cláudia Soares.

E mais ainda, reforçar o amor que sente apesar do sentimento que a atitude do outro causou em si mesmo. Você consegue expressar que ficou chateada (o), mas ao mesmo tempo  diz para a pessoa que a (o) ama.

É importante colocar a sua emoção maior, que é o amor, e consegue dizer que está magoada (o) naquele momento, completa a psicóloga.

Claro que não é fácil, porém, é necessário e possível parar com essa mania de engolir essas emoções sem tempero e que deixam nossa alma amargurada.

Perseverança, sabedoria até para entender que algumas vezes o outro não vai compreender. Mas daí é um problema dele. A sua alma está em paz!

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