A médica Daniela Marques, pediatra e chefe do Serviço Neonatal do Hospital de Clínicas da UFU, de onde uma bebê foi raptada no último dia 23, conversou com a TV Paranaíba sobre o ocorrido.
Em entrevista ao programa Manhã Total, a profissional detalhou como foi o procedimento desde o rapto até o momento em que a criança voltou para os braços dos pais.
Daniela conta que foram momentos de muita angústia, mas que muitas pessoas estavam mobilizadas para encontrar a criança.
“Um alívio muito grande, porque a única coisa que eu pensava era que essa criança tinha que retornar para a mãe rápido”, relatou a pediatra sobre o momento em que recebeu a ligação com a informação de que a bebê raptada havia sido encontrado.
A bebê foi resgatada na cidade de Itumbiara, na clínica onde a suspeita pelo crime atuava.
A médica conta que a situação mexeu com toda a equipe do HC-UFU.
“Essa experiência tocou profundamente a todos nós. Foi uma experiência muito difícil para todos nós que trabalhamos naquele hospital”, relata.
*Notícia em atualização.
Entenda o caso da bebê raptada
- Nathália teve a bebê raptado da maternidade do HC cerca de três horas após o parto cesárea, na noite de terça-feira (23). Câmeras de segurança flagraram a suspeita estacionando próximo ao hospital por volta das 23h20. A médica neurologista se passou por pediatra e levou a criança do quarto da família. Ela fugiu no próprio carro por volta das 23h55.
- O pai da menina chegou a fazer um apelo por meio da imprensa, pedindo que a suspeita devolvesse a menina. Ele chegou a mencionar que a bebê raptada tinha uma doença rara na tentativa de comover a falsa pediatra a devolver a filha.
- Por volta das 10h desta quarta (24), a Polícia Militar confirmou que a bebê raptada havia sido resgatada e a médica presa na cidade dela, em Itumbiara, no interior de Goiás. A prisão foi feita pela Polícia Civil do estado vizinho.
- Foi confirmada a identidade da autora. Claudia Soares Alves tinha vínculo com a UFU após passar em um concurso para ser professora de Clínica Médica na Faculdade de Medicina. Ela também era estudante de Doutorado na instituição.
- Ao prestar depoimento para a polícia, a mulher alegou surto psicótico e que estava sob efeito de medicamentos controlados. Ela vai ficar presa no estado de Goiás à disposição do Judiciário.
- O HC-UFU se manifestou e reconheceu a falha no sistema de segurança da instituição de saúde. Disse ainda que os protocolos seriam revisados. O Ministério Público Federal também abriu procedimento para apurar a situação e buscar responsabilização.
- Um funcionário do HC, que preferiu não se identificar, denunciou que as catracas do local estavam estragadas e pontuou sobre a estrutura precária do hospital.
- Após 17 horas de angústia e sofrimento, finalmente o caso teve um final feliz e Nathália pôde, novamente, ter a bebê raptada da maternidade nos braços.