Comércio do Sudeste segue com maior receita em 2022, revela pesquisa do IBGE

Pesquisa Anual de Comércio (PAC) passou a divulgar também, na edição anterior (2021), os dados de comercialização pela Internet

25/07/2024 ÀS 23H47
- Atualizado Há 2 meses atrás

A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (25), revelou um cenário positivo para o comércio na Região Sudeste.

O Sudeste manteve sua liderança no comércio varejista brasileiro em 2022, concentrando a maior parte da receita bruta de revenda, do número de estabelecimentos e de empregados do setor, segundo dados da pesquisa. Essa posição se mantém desde o início da série histórica do IBGE, em 2007.

A participação do sudeste na receita bruta de revenda nacional, embora ainda expressiva (48%), apresentou uma leve queda em relação a 2013 (52,2%). Essa redução beneficiou principalmente o Sul, que passou de 19,6% para 21,5%, e o Centro-Oeste, que cresceu de 9,5% para 11,9% nesse período.

Os salários médios no comércio varejista apresentam disparidades regionais significativas. O Sudeste foi a única região com salário médio acima da média nacional.

São Paulo se mantém como o principal polo do comércio varejista brasileiro, respondendo por 28,6% das receitas do setor. No entanto, a participação paulista apresentou uma leve queda nos últimos dez anos.

O número de ocupados no comércio do Sudeste foi estimado em 5,2 milhões de pessoas, uma queda de 2,9% desde 2013, o que representa 157,0 mil a menos. Nesse período, o Sul perdeu 31,5 mil ocupados (queda de 1,5%), e em 2022, a sua população ocupada no comércio era de 2,0 milhões de pessoas.

Nas demais regiões, esse contingente aumentou: no Nordeste o número de ocupados chegou a 1,8 milhão de pessoas, um aumento de 24,4 mil trabalhadores em dez anos; no Centro-Oeste, houve o maior aumento (49,2 mil pessoas ou 5,7%) e esse contingente chegou a 908,5 mil pessoas, o maior da série histórica; e no Norte, com o ganho de 38,4 mil pessoas (ou 11,8%), o número de ocupados chegou a 364,9 mil pessoas.

Também há diferenças em relação aos salários médios pagos no setor comercial nas regiões. O Sudeste foi a única região que esse indicador ficou acima da média nacional (2,1 s.m.).

No Sul, o salário médio foi exatamente o mesmo da média do país (2,0 s.m.). As demais ficaram abaixo: Centro-Oeste (1,9 s.m.), Norte (1,8 s.m.) e Nordeste (1,5 s.m.).

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Em dez anos, apenas as empresas comerciais atuantes no Sul e no Centro-Oeste aumentaram o salário médio em 0,2 s.m. Já no Norte, no Nordeste e no Sudeste, houve aumento de 0,1 s.m.

Entre as unidades da federação (UFs), São Paulo continua respondendo pela maior parcela (28,6%) das receitas comerciais do país. Mas nos últimos dez anos o comércio paulista perdeu participação (-3,5 p.p.), a maior queda entre as UFs.

Minas Gerais manteve a posição como a segunda mais representativa (10,0% do total), enquanto o Rio de Janeiro, que era a terceira UF com maior participação nesse ranking, caiu para a sexta posição em 2022, uma queda de 2,2 p.p.

Comercialização na Internet cresce 79,2%, entre 2019 e 2022

A pesquisa passou a divulgar, na edição anterior (2021), os dados de comercialização pela Internet referentes às empresas do estrato certo da amostragem, ou seja, aquelas com 20 ou mais pessoas ocupadas ou com nível elevado de receita.

A Internet aparece no questionário da PAC como uma das formas de comercialização de que dispõem as empresas, que incluem vendas por sites, aplicativos, mídias sociais e aplicativos de mensagens instantâneas.  Entre 2019 e 2022, o número de empresas comerciais que usaram essa forma passou de 1,9 mil para 3,4 mil, um aumento de 79,2%.

computador notebook e celular em cima da mesa
Pesquisa do IBGE passou a identificar os dados de comercialização pela Internet – Crédito: Freepik

“Em 2019, apenas 4,7% das empresas realizavam algum tipo de comercialização por Internet e, em 2022, esse valor subiu para 8,0%. Houve um salto de 2019 para 2020, que já era esperado por conta da pandemia, e depois, um crescimento menor nos anos seguintes”, aponta o pesquisador Marcelo Miranda.

Em relação às ativida des varejistas com maior participação no número de empresas que comercializam por Internet, destacam-se informática, comunicação e artigos de uso doméstico (20,3% do total), material de construção (16,3%) e tecidos, vestuário, calçados e armarinho (15,0%).

“Observamos que o setor de informática, comunicação e artigos de uso doméstico foi o mais relevante em relação ao total de empresas do comércio varejista que vendem pela Internet. Mas também foi o que teve maior perda de participação desde o período pré-pandemia, uma queda de 4,2 pontos percentuais”, explica Miranda.

Ainda em relação ao período pré-pandemia, o percentual de receita bruta do varejo relacionada às compras realizadas pela Internet aumentou de 5,3%, em 2019, para 8,4%, em 2022.  Mas, na comparação com 2021, houve redução de 0,7 p.p.

“Em 2022, principalmente a partir do segundo semestre, quando houve a abertura completa do comércio e dos serviços e as restrições foram eliminadas, as vendas que não são pela Internet podem ter sido impulsionadas, fazendo com que a relevância do comércio online tenha caído”, analisa.

As atividades com maiores ganhos de participação na receita bruta de revenda por meio da Internet entre 2019 e 2022 foram hipermercados e supermercados e comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (ambas com 3,1 p.p.).

Já a que registrou a maior queda foi o comércio varejista de informática, comunicação e artigos de uso doméstico (-3,8 p.p..). Apesar disso, essa atividade ainda responde pela maior parte dessas receitas (60,4%).

Mais sobre a pesquisa

A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2022 busca identificar as características estruturais básicas do segmento empresarial da atividade comercial no país e suas transformações no tempo, contemplando, entre outros aspectos, dados sobre pessoal ocupado, salários, receitas, custos e despesas, margem de comercialização e valor adicionado. A pesquisa traz dados para Brasil, grandes regiões e unidades da federação.

Com informações da Agência de Notícias do IBGE.

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